30 novembro 2014

Vendo você beijar outras bocas

- São tempos difíceis...

Fim de semana (Tunz Tunz  Tunz) e uma ciranda de viados decide que devo comemorar o meu aniversário (de novo). Leitor, preste atenção porque irei dialogar com você e irei te contar algo que não ouso falar em voz alta... EU VEJO GENTE MORTA. Mentira, mas eu vejo gente que não percebe a minha presença.

Decidimos comemorar em uma adega o meu aniversário e depois ir a um festival local de música alternativa.  Estava animada e em boa companhia. Chegamos ao show e ri muito com a dancinha de reggae dos amigos, das piadas e com o ex-colega do ensino médio que passou vinte e sete vezes na minha frente (eu contei porque não sabia as letras das músicas).  E me escondi em vários momentos para não ser vista com um chá de flor na mão. O que tem nesse chá? Maconha, suor de Adam Levine, Claúdia Leitte calada (um sonho)... Não fez efeito em mim, mas não posso dizer nada porque alguns chás não têm a obrigação de funcionar comigo.

 Foi uma noite agradável e divertida, mas leitor... Nem o vento olhou pra mim (até porque vento não tem olho). Eu sei que seguir em frente não significa focar em achar alguém... MAS EU PASSEI DELINEADOR, LEITOR!!!! DEMORA PRA CACETE PARA DELINEAR O OLHO E NÃO RECEBER NENHUM OI DE UM CARA (HETERO) OU DO CARA QUE ESTAVA VENDENDO SUA ARTE. Que mundo injusto é esse que não sou chamada para dançar ou receber uma olhada de leve?  Gostaria de lembrar a Jesus que: JESUS EU NÃO TE CRUCIFIQUEI NÃO, PODE PARAR COM AS GRACINHAS! E vi tanta gente conhecida beijar outras bocas que eu empurrei Juliana do barco e desmaiei por ela.


Existe aquela frase “quem paquerou, parabéns, quem não paquerou segue em frente que terão outros anos”. Eu só estou reclamando porque reclamar não dá câncer e deixando as brincadeiras de lado... O meu presente foi ter meus amigos que me fazem bem, me olham nos olhos e não me julgam pela franja. 

27 novembro 2014

O aniversário

- Grata por não mandarem um carro de telemensagem!

Em uma galáxia muito, muito distante existe um planeta chamado NÃO SOU OBRIGADA onde habita uma moça que torcia o nariz para o próprio aniversário. Torcia. No passado... Ela aprendeu que o Renew Clinical faz efeito mesmo.

Uma sagitariana inquieta por ter que passar o aniversário em um sanatório chamado FACULDADE não daria certo por muito tempo. Sim, porque ela já estava imaginando dando entrevistas por explodir o lugar sem remorso. Já planejava soltar piadas do tipo “fiz um favor aos feras”, “dei mais tempo para quem está fazendo o TCC” e “ué, ninguém gostava daquelas salas que parecem  ter saído do projeto Minha Casa, minha vida”.

Desconfiar de encontrar um povo fazendo orientação no mesmo dia? MAGINAAAAA. Tapada (para quem não mora no nordeste: tapada é igual a uma pessoa que tem o raciocínio mais lento que Péricles subindo escadas) como ela é... Imaginou que “queria estar morta”. E então é conduzida para um espaço alugado na faculdade e PARABÉNS PRA VOCÊ (sobe músicas de aniversário). Olha, olha de novo... Não sabe se corre porque tem um tumulto de gente batendo palmas e depois lembra que é para ela. Por causa do aniversário... Ah gente, depois que Adam Levine não respondeu o email dela (todo lindo de Google Tradutor) é claro que cortou expectativas do caderno mental.

Gestos. Não foi o bolo, não foram os parabéns... Foram os gestos. Foi o fato de largarem o TCC para irem fazê-la rir, chegar atrasada na aula de boxe, disfarçarem e me segurarem até a hora da surpresa. O mundo precisa de mais gestos e menos (eike que desejo de usar MENAS MENAS MENAS MENOS) blá blá blá! É claro que rolaram muitas risadas e REVELAÇÕES. Um eu lírico mandou dizer que: DESMAIADA COM AS NOTÍCIAS QUE PODEM RESULTAR EM PROCESSINHO.  E é claro que lá estava uma ciranda de viados quase completa falando que o rabo deles era delicado... COMO SE FOSSE PAUTA NOVA. É possível dizer que há um rabo (bunda em FINANDÊS de fineza) ignorante? Vai saber.

Outro eu lírico manda informar que: OBRIGADA POR TUDO! 

23 novembro 2014

Projeto Novas Perspectivas


 - Era uma vez um projeto... Acabou antes de começar.

Sábado, dia de sair com uma ciranda de viados. Tudo ocorreria bem se a protagonista não, sem platéia dentro do carro e murmurando para o amigo, fosse lamentar a ausência da sorte e como uma ótima atriz feita para papéis dramáticos não começasse a marejar os olhos.

É sempre assim, começa a falar sobre o assunto e parece que está fazendo como Rose em Titanic tendo que soltar as mãos de Jack para que ele (o assunto) morra nas profundezas de um oceano gelado...  MAS FICÇÃO É FICÇÃO E ROMANCE É ROMANCE. O amigo muito mais conceituado e realista vira e diz “temos que ter novas perspectivas e é o que faremos hoje”. Nasce um projeto que poderia dar certo se a mocinha de “Diários de Uma Paixão” não gostasse de beijar rapazes e não estivesse dirigindo-se para um bar 90% gay.  O projeto começa a balançar seus pilares quando os amigos chegam e analisam o ambiente. É impossível não analisar e criar até possíveis diálogos para pessoas que estão sentadas ao seu lado quando você escreve... E tem imaginação... De repente sua situação/vida/forninho não é tão preocupante quando se pode rir de um casal (com certeza era um encontro ocasionado pelo Tinder) que mal conversavam ou respiravam, um senhor tentando acompanhar a empolgação da namorada [muito] mais nova ao cantar “Ainda É Cedo” ou um encontro entre dois jovens (GAYS) que depois viria a ser destruído pelo PROJETO NOVAS PERSPECTIVAS™.

O projeto teve objetivo, inicialmente, de: conhecer novas pessoas, conhecer pessoas, conhecer novas pessoas, conhecer pessoas interessantes que se qualifiquem como hetero (exigência da protagonista), e que não curta ficar com travesti (imagina que constrangedor ser trocada por um ser humano que consegue ser homem e mulher...) e que saiba entender as piadas (ache graça). O projeto falha quando o cara de cabelos cacheados, que inicialmente chamou a atenção da mocinha, mede a bunda do amigo dela sem disfarçar e sem medo de ser feliz. ESTAVA ACABADO O PROJETO NOVAS PERSPECTIVAS™ e nascia o PROJETO NOVAS PERSPECTIVAS PARA O AMIGO GAY™.

 ..._ 
(。・ω・。)つ━☆・* 
      ・゜+. 
 しーJ   °+ *´¨) 
         .· ´¸.·*´¨) ¸.·*¨) 
          (¸.·´ (¸.·'* O moço de cabelo cacheado estava acompanhado por um moço de:

a) Camisa rosa
b) Franja
c) Camisa rosa, franja brilhosa, carinha de “quero ir embora porque ele está medindo a bunda de outra pessoa”
d) TODAS AS ALTERNATIVAS

E é claro que a protagonista não parava de rir porque eram muitos momentos emocionantes para acompanhar! Uma mulher cantava a letra de “Garotos” erradamente, o casal Tinder não parava de demonstrar que a palavra para descrever o encontro era “frustração”, o moço de camisa rosa + franja brilhosa sumiu indiscretamente e o amigo dela pedia uma bebida constrangedora e bem afeminada de morango. E a noite nem tinha começado! É claro que a mocinha da história não podia deixar passar o fato de que deveria juntar o amigo com o cara de cabelo de anjo. Ela manda um bilhete perguntando o seguinte: “você estava com o cara de rosa? É seu amigo ou seu namorado?”.

Estragou a noite do menino, pois ele nem respirava nem se mexia depois do bilhete chegara sua mesa. ACABAVAM DOIS PROJETOS PROMISSORES E NEM FOI PRECISO SUAR. EM UMA NOITE SÓ!  E a noite se prolongou com mais risadas quando mais dois amigos chegaram e a ciranda de viados estava quase completa.


Pobre protagonista! Quando aprenderá que sua cidade revive momentos da Grécia Antiga?  

20 novembro 2014

A estrada do crescimento

“Mas não precisamos saber pra onde vamos nós só precisamos ir...”

Eu olho para quem fui e quem sou hoje, comparo com alegria e vejo que não queria que o tempo voltasse. Eu não queria voltar a me preocupar com as bonecas e ter que chorar escondido.

É bom largar a Barbie e saber usar o “mais” e o “mas” no lugar certo. É bom colocar-se no lugar dos outros para melhorar como pessoa, saber colorir um dia cinza, fazer alguém sorrir ou se emocionar. É prazeroso ver que você faz bem a alguém, que aprendeu a pedir desculpas e pensar antes de falar. FAZ BEM CRESCER. Às vezes dá medo, mas faz bem. E A ACEITAÇÃO? Eu estou tão orgulhosa por lutar e aceitar as lutas diárias... ÀS VEZES UM NOUCATE FAZ BEM.  E ACREDITAR EM ALGO? No final das contas é o poder de acreditar que nos move e fortalece.

Ao longo da estrada nós derrapamos, deixamos o carro morrer ou freamos tarde demais... Mas foi a batida que nos fez ser mais cautelosos, foi o constrangimento de deixar o carro morrer em horário de pico que nos fez erguer a cabeça, recomeçar e religar. Ser lançada para fora do carro também nos fez renascer, reaprender e se preocupar consigo e com os outros. Ver alguém partir também faz parte do processo, faz parte da fé em si e em algo mais. Nada é por acaso ou mera coincidência. Clichê? Eu sei, mas não sou perfeita e sempre que posso saco um clichê e atiro em você.

Como eu poderia adivinhar que é tão bom chegar a esse momento, olhar para trás e ver a estrada que você deixou para seguir, há tanto asfalto pela frente. Eu não ousaria desistir se fosse você, a vista pode ser linda já que não temos certeza aonde o caminho vai nos levar, mas arrepender-se  e voltar toda essa estrada é inaceitável!

E “cento e dez, Cento e vinte, cento e sessenta só pra ver até quando o motor aguenta. Na boca, em vez de um beijo um chiclet de menta e a sombra de um sorriso que eu deixei numa das curvas da highway”.

Essa é a nossa infinita higway

Aos dezesseis

- Ele não diz, mas eu sei que ele gosta de mim.
    
O que podemos afirmar aos dezesseis anos? Como podemos ter certeza que é amor ou apenas um momento em que você acha que vai viver pra sempre com aquela pessoa? Eu não sei em que momento me vi lendo uma mensagem de um adolescente de dezesseis anos falando sobre amor e pedindo conselhos... Mas eu me vi. ME VI NELE.

Eu vi aquele jovem me perguntando se eu poderia dizer se o outro menino o amava mesmo não dizendo, nem materializando em palavras ou em gestos... Como eu poderia ter a certeza sobre um relacionamento que não conheço, sobre dois meninos com a idade que já tive (e foi a pior idade por não acreditar no amor e achar que não poderia ser amada)? Quem pode dizer se há amor ou não? Caberia a mim dizer que haveria outros garotos, outros tipos de amores? Não, eu não poderia dizer nada mais que “talvez só não possa demonstrar”. Eu disse “não pressione” e percebi que aos vinte e três anos estava na mesma situação que o garoto aos dezesseis.

Talvez, naquele dia, ele tenha me visto como uma pequena salvadora, mas eu não conseguia salvar nem a mim mesma.   Nem a minha própria essência luminosa dos dias tristes e o garoto estava tão triste e frustrado. Tão determinado a ter uma certeza... Eu queria ter dito mais, mas não pude naquele momento eu precisava pensar e escrever sobre ele para não deixá-lo para trás como alguém que abandona. É o máximo que posso fazer por ele aos vinte e três! Eu não tenho certeza se ele te ama porque promessas podem ser feitas e desfeitas em um curto espaço de tempo. E não tenho certeza se o que existe entre vocês possa ser amor. Amar é tão bonito e assustador, sabe? Fazemos sacrifícios, dói, dá náuseas e também anestesia! A EUFORIA É INQUIETANTE, mas também acalma, conforta e abraça.  O medo de não ter reciprocidade pode paralisar e fazer com que as palavras não existam, os gestos podem ser pequenos e contidos pelo mesmo motivo. E é por esse motivo que digo: eu não tenho certeza sobre o que as outras pessoas sentem.

Eu sei, muitos vão te julgar por você ter apenas dezesseis anos.  Ninguém pode fazer isso, sabe? Eu posso ser mais velha, mas eu não sei de nada. Eu sei que gosto de escrever, sei quem deixou saudade e que me sinto como você: também estou perdida. Eu sei recomeçar se algo der errado e eu posso te ensinar. Eu sei que há dias ruins, outros piores e dias em que estamos fugindo de guerras para nos proteger e proteger os outros. Outra certeza que tenho é que aos vinte três anos a gente vai ficando forte emocionalmente,  a vida se encarrega disso e que cada pessoa que passar por sua vida terá um papel fundamental para seu aprendizado. Disso, eu tenho certeza.


16 novembro 2014

O menino de cachos

- Se eu vier te pedir conselhos amorosos você vai escrever uma crônica?
- Vou.

Sábado, madrugada e recebo uma mensagem de um alguém pedindo conselhos amorosos. Eu fiquei assustada por dois motivos: eu sou péssima em dar conselhos (mas ninguém se matou, ainda, por isso) e porque era o garoto com quem eu flertava (flertar no passado porque passou passando) e que mora do outro lado do país. Um país chamado São Paulo. De acordo com o IBOPE, IBGE e Data Folha o Brasil se dividiu após as eleições que reelegeu Dilmão. O Nordeste foi excluído e agora somos um país independente tendo como presidente o RESPEITO e o vice é a TOLERÂNCIA. Passeando pela internet e por uma rede social, livremente cantando ao som de Kings Of Leon e dando gostosas gargalhadas... Recebo uma mensagem.

Uma mensagem que questionava a minha ética se ele pedisse conselhos e se algum cara de quem eu estava afim já me pediu conselhos amorosos. Bem, a última vez que fiquei afim de um cara... Faz três anos e onze meses. Ele me beijou em vez de pedir conselhos.

Não fiquei magoada porque tenho a tendência a ser uma amiga, irmã, ex... Qualquer coisa que não me dê lucro. Então, eu dei os tais conselhos e o deixei desabafar, mas ao final eu descobri que tenho ética. Sim, Brasil eu tenho ética! Eu poderia sabotá-lo com conselhos? Poderia, mas eu descobri mais uma coisa. Não sou egoísta como uma vez disseram. “Você só pensa nos seus problemas e é mimada”. Sou mimada, mas de um modo legal e engraçado.  Egoísta? Pode riscar da minha lista de defeitos porque não preciso puxar tapetes, viver falando dos cursos que fiz (nenhum), das viagens que fiz (nenhuma), dos gatos que peguei ( ... ), do “preciso aparecer”.

Eu sempre fui a do canto. Identifico-me com ele, não nasci para liderança, não nasci para holofotes e não nasci para negar ajuda. Ajudar nunca é demais e eu conheço pessoas que fariam algo baixo para confundir o menino de cachos. Eu não poderia, meu coração não é dele e nem o dele é meu. Somos duas pessoas perdidas tentando encontrar ou reencontrar alguém que se encaixe perfeitamente em nós, alguém que goste realmente e não se importe se temos medo de cometer erros porque faz parte do processo.  Queremos nos sentir completos pela primeira vez ou outra vez.

O menino de cachos é engraçado, canta, encanta, toca instrumentos (piano) e tem medo de ficar no casual. Na verdade ele não sabe lidar com o casual e eu também não. Eu tenho a desculpa de que sou claustrofóbica e preciso de todo ar do ambiente... Ficaria feio para ele usar essa desculpa. Ele quer namorar, mas tem medo de que o desejo não seja recíproco. A menina de franja é uma inconstante, ela está à espera de algo. Talvez o algo não chegue...  E ela tem que dizer ao menino que toca piano e tem cachos as seguintes palavras: LIGUE PARA A SUA GAROTA. Não mande mensagem porque isso todo mundo faz. 

Esperança

- É a última que morre?
- Não, ela não morre. Ela se conforma e segue.

Você pode esperar dias, meses, anos... Você pode criar na sua mente um mundo em que tudo pode ser como antes, mas você estará enganado. Você, leitor, deve se preparar para o pior porque diante do melhor sabemos como agir: nós sorrimos.

Eu não sei qual é o seu “pior” no momento, mas saiba que o mundo tem 7 bilhões de pessoas que estão lidando com algo difícil.  O seu, o meu, o nosso problema não é maior e nem pequeno perto de outras dores, situações... Eu fui ao psiquiatra (sim, porque o meu psicólogo não ajudava. Dormia mais do que ouvia e falava mais do que eu podia entender) perguntar e pedir uma resposta... Sobre como recebo e vejo o mundo. E no final eu pedi desculpas a ele porque sabia que havia pessoas com problemas maiores. Ele tirou os óculos sentou ao meu lado e disse “você não deve medir problemas, o seu tem importância. E eu vejo que você recebe e sente tudo em uma proporção maior. Você multiplica. Isso é bonito por que... Se você escreve, as palavras saem com mais intensidade. E é claro, é seu direito sentir”.

Eu já estava chorando, mas perguntei sobre a esperança. Ele franziu a testa, e de volta ao seu lugar me encarou como se eu tivesse feito uma pergunta indelicada. “Ninguém vem aqui acreditando na esperança, quem me procura acredita em soluções. Eu gostaria de dizer a você para ter esperança, mas se algo desse errado... Você nunca mais acreditaria em algo, como agora. Você não acredita em si. Acredita no que os outros dizem que você é. Isso é errado, Calincka. E aquela frase clichê de que a esperança é a última que morre... Ela não morre porque ela é você. E ela só morre se você morrer, entende? Olho para você, e vejo que você é forte. Com cicatrizes, mas é forte. Perdeu uma irmã, tudo o que queria dentro de dois anos, é a base dos seus pais e entrou na minha sala como uma tempestade. Assim que você começou a falar eu iria te indicar mais um psicólogo, mas você mente para eles. Sua mãe ligou. E você não vai desistir, não comigo”.

Eu não sabia se agradecia pela paz que instalou ou se chorava porque guardei esse momento para braços diferentes. Eu também não sabia que era normal sentir tudo duplicado.  Senti-me como Bella de Crepúsculo quando vira vampira e consegue sentir o mundo triplicado (sim, eu tinha a saga e os filmes... E um pôster de Edward Cullen) e não me julguem porque vocês assistiam RBD.

A VIDA É ESSA RODA GIGANTE: em um minuto estamos no alto e depois embaixo. Eu sou grata por ter a consciência de que sempre me preparo para o pior e depois sigo.


Não vai te dar urticária desabafar com um profissional que não te conhece e nem te julga. É libertador, é o chiclete pregado no cabelo sem ter que corta a mecha, é esse eterno “há oportunidades e esperanças” ou “vai menina, que se você cair... do chão não passa”. 

13 novembro 2014

Invisível


- E quem me dera ser a tua insônia, ser os teus planos, ser acima de tudo aquela que coloca o rosto no teu ombro e não chora mais de medo.

E eu chorei. Chorei profissionalmente, escondida, silenciosamente, com a mão na boca, com a porta trancada... Eu não sei o motivo, na verdade eu sei... E explicarei da melhor forma possível. É complicado, é errado, é egoísta, é minha culpa. Eu posso culpar o universo, mas seria errado.

Nunca foi sobre mim, sobre essa pessoa que escreve o que sente. Eu diria que merecia ou que necessitava que algumas coisas fossem sobre mim. Que coisas?  A minha opinião em um trabalho de grupo, a mensagem perguntando se estou bem com a conotação de realmente se importar, o “eu a arrastaria pelo mundo se pudesse”... A questão, leitor, é que poderia pelo menos uma vez na vida ser: sobre mim.  Sobre como eu me sinto, sobre como estou, sobre se eu prefiro escrever em vez de dormir, sobre me dar um abraço em vez de dar um beijo no rosto. Sobre o “sim, eu quero passar o natal com você e o resto da vida”.

Às vezes é complicado acreditar em um amanhã repleto de sorrisos, eu assisto cenas que não são minhas passarem por mim e elas me atingem. Porque eu deixei, eu deixei dessa vez porque uma das piores coisas é ser esquecida. De alguma forma a gente quer ser lembrado. A gente quer ter a certeza de que somos lembrados.  Em uma música, em um lugar, em um filme... Eu vejo pessoas se apaixonando, trocando juras de amor, trocando beijos, planos, metas e... E eu? Tornei-me um fantasma? Eu fiquei invisível? Sim, eu fiquei.  Não troco mais olhares, não tenho mais borboletas no estomago (só vermes, brincadeira. Vai que acreditam e aí sim eu não serei invisível. Seria extinta). Os amigos dizem ‘tenha calma’. De onde tiro à calma se o mar agita dentro de mim e naufraga a cada dia que passa o fato de NADA, NADA ser sobre mim?  Dói um pouco ser as pontes para outras pessoas se encontrarem quando se está perdida.

Não há um fato isolado, são vários acontecimentos em perfeita sincronia que balança a ponte. Eu sempre fui invisível? Tornei-me uma ponte esquecida, que digita pela madrugada, que chora ao pensar “queria que fosse comigo. Queria que fosse pra mim, que me olhassem assim como fazem com você: uma preciosidade, uma relíquia esquecida, o perfume Chanel Nº 5”. De qualquer forma eu estarei aqui. Pessoa invisível não é percebida e pontes não saem do lugar.


05 novembro 2014

Bem

 “Fique, mas fique bem.”
- Joey Novel         "

Eu quero que você fique bem, mesmo com um não escrito em letras garrafais. Eu sei, não é fácil sorrir todos os dias... Mas temos que tentar. Alguém atravessando a rua precisa olhar em nossos olhos e ver que ali não há rastros de preocupações ou cílios colados por causa das lágrimas indiscretas.

Esse alguém ao te olhar por três, quatro, cinco segundos precisa perceber que, em qualquer situação que esteja, vai poder sorrir também para um desconhecido na rua. Em algum momento. Eu quero que os momentos ruins não sejam os mais lembrados ao longo da sua vida. Eu quero que esteja forte o suficiente para se afastar do que te faz mal, do que te oprime, massacra e apaga seu brilho. Eu quero que converse com uma criança e veja aquela explosão de inocência sem pensar em como será quando ela crescer, o que a vida guarda para ela. Só converse e gargalhe das perguntas sem maldade, elas são a esperança em forma física e palpável, elas respiram felicidade e transpiram fé.

Quero que você tenha esperança em algo, em alguém, em um lugar ou em si mesmo. Eu quero que a sua tristeza se atrase, perca o ônibus e não consiga te encontrar. Eu quero que você acorde todos os dias agradecendo por levantar da cama sem ajuda de alguém, sem precisar ser banhado(a) por alguém ou que precise chamar alguém para abotoar sua camisa. Eu quero que você agradeça por falar, pensar, andar, correr e poder nunca, nunca usar uma sonda ou até mesmo ver alguém que você ama respirando por aparelhos.

Eu quero que você coloque o cinto de segurança ao entrar em um carro, eu quero que você não machuque ninguém, fisicamente e emocionalmente... E quero que dê notícias àquela pessoa que foi legal com você, que te ajudou, que te amou. Quero que pergunte como foi o dia dela, não por educação... Por vontade, por carinho e respeito. Eu quero que você não desconte raiva em alguém que não merece, quero que se acalme e siga em frente. Eu quero que você foque em sua liberdade financeira e no que gosta de fazer, mas sem esquecer-se da família, dos amigos e por fim daquela pessoa que te fez assistir UP- Altas Aventuras enquanto você só queria beijar. Eu quero que você se demore observando o céu e agradeça por ouvir, ler e ver.


Eu quero que você sinta-se maravilhado(a) ao aprender algo novo, algo que pensou impossível de poder fazer, uma macarronada, um bolo, tocar um violão, dirigir, falar em francês ou dançar, dançar sem música, sem plateia, dançar com a vida como seu par... Eu quero, independente de qualquer coisa, que seja feliz e que leia esses desejos como se estivesse lendo um mantra, um plano possível, um acordo. Independentemente de como eu esteja... Quero você feliz. 

Como perder um cara que está afim de você ou a amiga falsa

- Olha, eu tenho uma DST.

Você acabou de sair de um relacionamento e está recuperando-se (como se tivesse vencido um câncer) e há uma fila de caras (até agora não há nenhum para mim, imagine uma fila) que, com certeza, viveram para esse dia chegar e marcar o primeiro encontro... MAS VOCÊ AINDA ESTÁ FAZENDO SUTURAS NO CORAÇÃO.

Eu sou formada pela Universidade Vida e tenho DOUTORADO EM AFASTAR PESSOAS. Preciso compartilhar o meu tutorial que nunca falha quando a gente se cansa do paquera, da amiga mais falsa que a bolsa LOUIS VUITTON em camelô e até de guardar rancor. A paquera, flerte ficou sem sal? Faz uma de doida e diz que está afim de outra pessoa. De uma mulher. O orgulho dele vai ser ferido, mas ele é tão chato que não dá tempo de sentir pena. Se a paquera mora longe... FAZ ELE VIR ATRÁS DE VOCÊ e guarda dinheiro para tatuagem, viagem, comprar um Pug. A vida é muito curta para flertar com quem mora longe. O "boy" só quer fazer coisas libidinosas com você? Diz que tem AIDS e pegou depois de uma transfusão de sangue. O cara começa a te ignorar par ver você correr atrás? Corra para emagrecer, finge que ele não existe e aí você verá ele te perseguindo enquanto você faz Jogging (corridinha para quem não é alfabetizado em inglês ou não tem afinidade com academia).

A amiga aprontou todas por suas costas? Ué, essa parte é a melhor. Primeiro, a chama de falsa. Segundo, sai sem olhar para trás e pega o ex dela, o futuro namorado, a paquera... Sai pegando tudo o que ela quer! Mentira, não faça isso. Recuse sair com ela, não pense que ela pode mudar... Talvez mude para pior. Faça à fina e vá se distanciando aos poucos e quando for ver... Você está livre daquela que se dizia amiga, mas na primeira oportunidade te diminuía. Pessoas assim tende a ter uma dupla personalidade e isso é perigoso. Livre-se o mais rápido que puder.


Eu tive uma amiga assim, tive várias. Diminuíam-me, diziam que eu não sabia me arrumar, que o meu namorado era bonito demais para mim, que meu cabelo era feio e diziam o que queriam. Eu só ouvia. O interessante é que pessoas assim e que falam coisas ruins são as que mais precisam de ajuda porque precisam humilhar para se sentirem bem. E são as mesmas pessoas que saem com um look Regina Casé, não estão dentro do padrão de beleza (são feias por dentro e por fora) e todo mês estão com um alguém diferente porque nem o Diabo aguentaria elas. Então descarta no lixeiro. Não separe para reciclar porque não são recicláveis. Só em outra reencarnação possa ocorrer um milagre. Se puder reencarnar.  

02 novembro 2014

Agradecer

- Obrigada de coração.

Agradecer nunca é demais. Vivemos em um mundo em que a gentileza está em extinção e pessoas que se propõem a ajudar quase não existem. Perder a chance de agradecer é pior que perder a roupa favorita: você terá outras roupas, mas e se não tiver outra oportunidade de agradecer por uma gentileza que fizeram com você?

Agradecer não vai quebrar sua coluna e nem te deixar tetraplégico, eu falo com propriedade que sobrevivi ao dizer “obrigada”. Até hoje não apareceu nenhuma espinha com a cara da Gretchen nascendo por meu corpo. Às vezes um “obrigado(a)” pode salvar um dia, arrancar um sorriso torto e charmoso, fazer com que alguém sinta-se útil... E quando a gente se sente útil o mundo torna-se um lugar melhor, mais tragável, suportável. Ser grato(a) por tudo, até por uma formiga. Eu sei que é difícil ser grata, eu sei que o agradecimento sai fraco porque não estamos mais costumados com gentilezas. Estamos acostumados com a violência e falta de educação. As gentilezas acontecem em livros e filmes porque os diretores e autores também pensam como eu, como nós. A gentileza não é mais rotina e virou personagem fictícia. Infelizmente.


Hoje eu recebi uma mensagem pedindo o seguinte: “não pare de escrever”. Não irei, mas essa foi a gentileza do meu domingo. Não tenho noção de como as pessoas recebem meus textos. Nunca me qualifiquei como boa e tenho certeza que não sou. A gente vive aprendendo a escrever. Talvez não seja a ortografia, talvez seja o que nunca é dito... E eu digo. Não sei o que se passa dentro das pessoas, mas não é diferente do que se passa em mim. Então eu escrevo, antes escondido e agora gritado. Eu me doei, não me empresto para as palavras e sentimentos. Não quero que eles me devolvam. E isso só aconteceu porque eu recebi gentileza e agradeci. Se me perguntarem quais são as minhas palavras preferidas eu diria “muito obrigada”. Agradeça e fique atento(a), a gentileza está por aí... Mas é preciso ver com o coração. 

Moto Táxi

- Ei coisinha, vá devagar. DE VA GAR. Vou me segurar aqui...

Rainha do proletariado que se preze pega o famoso busão (ônibus para quem é rico e não entende as gírias da classe C), mas quando está quase na hora de chegar ao trabalho, reunião, faculdade ou encontro marcado pelo Tinder e nem sinal de fogo do transporte criado pelo mal (Deus criou a roda e o Diabo pegou quatro delas e fez o ônibus)... Recorremos ao Moto Táxi.

Sou muito grata por existirem e por aparecerem sempre que preciso, mas não posso deixar de reclamar de alguns pontos que você, leitor, também se identificará. O mototaxista gosta de conversar, perguntar o nome, contar que não colocaram dois tipos de carne na marmita, contar que a sogra o mandou comprar calcinha para ela e que achou mais parecido com um short do que com uma calcinha. Ao terminar a viagem você sabe toda a história do simples trabalhador. Algumas vezes eles contam e eu não escuto porque o vento não deixa e... OBRIGADA VENTO! Outro ápice do constrangimento é: subir na moto. Eu sou baixinha e me sinto escalando um morro. As pessoas vão passando olhando enquanto eu tento subir em uma moto que parece um caminhão em questão de altura... E como se não bastasse... O MOTOTAXISTA NÃO COOPERA!

Há também a atuação. Sim, eu e os mototaxistas somos ótimos atores. Eu amo usar short porque quanto ao calor Pernambuco não perdoa e muito menos Petrolina, então uso como se não houvesse amanhã. E ao pegar o moto táxi... Eu tenho que fingir que minhas coxas não estão coladas nas coxas de uma pessoa que tem cara de quem tem um filho em cada Estado do Brasil (um pai de família que adora beber pinga). E para piorar, porque quando uma pessoa se chama Calincka espere porque sempre piora, tenho a impressão que eles passam voando só para as mulheres escorregarem para frente colando mais ainda as nossas coxas. Eu tento fazer cara de paisagem e não posso pedir “EI COISINHA, VÁ DEVAGAR” porque cheguei cedo ao mundo e atrasada nos compromissos da vida.

E então certa vez a menina Calincka pegou um mototaxista bêbado. E a menina só percebeu depois que estava vendo a paisagem como um borrão, o semáforo não o para e as lombadas nem existia para ele. Eu não sabia se me segurava, se segurava os peitos ou se rezava. No momento eu não conseguia fazer tudo ao mesmo tempo e optei por rezar “DEUS NÃO ME DEIXA DEITAR NA BR, POR FAVOR”. Eu que não sou baú e preciso resolver umas coisa antes de morrer (vender planta na feira) perguntei se ele estava bêbado. E sim Brasil, ele arrotou e disse que era o cheiro da gasolina. ELE BEBE GASOLINA, LEITOR! Ao chegar em casa (VIVA. VIVINHA DA SILVA), mais nervosa que gato em dia de banho, eu anotei número do colete dele e dei a mainha. E agora só ando com um moto táxi conhecido da família para evitar problemas como: MORRER DEITADA NA BR.


E a aventura em cima de uma moto com um bêbado é assim
Só que eu fico DESMAIADA.