28 dezembro 2016

Imãs

Quando vi a queima de fogos de artifício, fechei os olhos e pedi “que eu consiga sobreviver”. Nos últimos sete anos eu faço esse pedido e o coloco como a meta da minha vida. Nunca peço mais que isso. A verdade é que se a gente sobreviver, podemos fazer metas, planos e dar os primeiros passos.

 A única certeza que tinha era sobre o meu trabalho, sobre a faculdade, sobre ser uma pessoa  melhor. Depois da virada do ano abracei meus pais, peguei uma garrafa de vinho e entrei em  um carro para ver meus amigos. Eu também tinha certeza sobre eles. Dançamos, disputamos ventiladores, as risadas eram altas e lindas e o que senti ali era mais do que uma reunião, mais do que uma celebração. Eu me encaixava, eu fazia parte. Eu agradeci por estar ali. Eles não sabem, mas os imãs na geladeira de um amigo me fizeram refletir – eu juro que ainda estava sóbria – sobre o que eu queria fazer em 2016.

O que eu queria? “Esse imã de Portugal me faz lembrar que eu deveria viajar e conhecer outras pessoas.” O imã da Espanha me lembrou a frase “mi casa, su casa”, eu deveria ser mais generosa e de alguma forma abrir os braços para acolher as pessoas. Fiquei alguns minutos relacionando imãs de geladeiras ao o que deveria fazer em 2016. Ok, eu já não estava mais sóbria. Eu não me lembro de mais nada quando saí de perto da geladeira, mas provavelmente estava tentando pular o muro da minha casa mesmo com as chaves na mão. Afinal, as festas terminam com a minha pessoa querendo pular o muro da minha casa. Essa atitude ocasional pode revelar quem eu era em outras reencarnações.


Em janeiro de 2016 eu fui atropelada na faixa de pedestre. Em fevereiro de 2016 meu pai se descuidou e perdeu  os dois remos do barco no meio do Rio São Francisco, mas minutos depois eles voltaram. Em abril de 2016 fui atormentada pelo ensino médio depois de dez anos. Nos últimos meses estou fazendo exatamente o que desejei no ano novo. “Eu quero sobreviver.” E estou. Sem trapaças, sem falar mal das pessoas – desconfie de quem fala mal de outras pessoas para você  –  e arcando com as  consequências das escolhas que fiz. Eu continuarei sobrevivendo. 


11 julho 2016

A pausa

Eu simplesmente não conseguia escrever. Alguns acreditam que seja um bloqueio criativo, mas eu sabia que era mais. Acreditei que não conseguiria mais escrever e expor o que eu sentia em um mero texto. Rústico, sem lapidação e brotado do medo. É assim que volto a escrever.

Em algum momento  acreditei que não conseguiria mais escrever e compartilhar para e com as pessoas, mas como? Como não escrever se é o que sou? Sou feita de metades, metade escrita e a outra partida. O medo de desistir impulsionou o que tenho mais de belo: estas palavras e pensamentos. É bom sentir que algo está escapando de você porque é neste momento em que lutamos de verdade. Reivindicamos o que é nosso, nos agarramos ao fio da esperança para que nada escape.  Eu não deixaria isto acontecer. Não mais.

É claro que eu precisava acreditar em mim e no que queria.  Ninguém poderia fazer isto por mim e ouvir “você consegue” sem realmente acreditar.  Algo que não se deve fazer ou sentir. Impedida de estacionar no meu bloqueio criativo, ouço claramente a minha intuição e sigo-a. Como? Eu sabia que precisaria primeiro chorar tudo o que tinha para chorar. Lavei a alma ou foi a alma que me lavou? Eu comecei a repetir para mim mesma que era normal ficar sem escrever. Alguns artistas passam anos sem produzir algo novo por acreditarem no “bloqueio criativo”, então eu fiaria bem. “São só algumas semanas, Calincka.”

A todo o momento acreditei que precisava sentir inspirada, mas eu não procuro a inspiração, apenas permito que ela me encontre em qualquer tempo e de qualquer forma. Ela sempre me alcança, creio.  Desta vez ela me alcançou depois de semanas porque eu não consigo me obrigar a dizer algo. Eu cultuo silêncios também.


A minha mente estava preocupada em que caminho seguir depois de TUDO. E o TUDO são semanas de angústias por desenterrar antigos segredos e medos. Por fim, estou de volta porque a minha mente e alma não são prisioneiras, não são feitas de neblina para não serem vistas claramente. Libertam-se para que a evolução possa me alcançar. 

01 junho 2016

Match com o amor próprio

Passarei o Dia dos Namorados sozinha. É óbvio que  eu gostaria de receber mimos, declarações bregas, ursos, sair para jantar ou ganhar um balão em formato de coração.

Eu não sou aquelas mulheres que torcem pelo fim do seu relacionamento por estar sozinha. Às vezes eu sou a maior fã des casais porque alguns acabam sendo uma inspiração para mim. Poucos sabem, mas quando terminam estão terminando comigo também. E eu sofro junto também. É, eu me apego aos casais e principalmente aos de séries. 

Estou sozinha porque não exijo muito ou porque precisam ser belos, recatados e do lar. Estou sozinha porque não consigo paquerar, sempre serei insegura porque acabo comparando a minha aparência com a de Megan Fox. Eu desisto antes de tentar, eu estrago o momento perfeito ao perguntar se eu falei algo errado. Eu afasto antes de começar ou avanço com um exército de inseguranças e medos. Ao terminar o encontro eu digo ‘adeus’ mentalmente porque eu passaria a noite chorando ao receber o ‘adeus’ primeiro. Eu estou sozinha porque o meu coração anda adormecido, porque eu acho que teriam vergonha de me apresentarem em almoços de famílias, porque eu sempre complico tudo e por pensar “não está olhando para mim, há mulheres mais bonitas que eu aqui”.

Eu não nasci com as inseguranças e o medo. Eu desenvolvi por causa de frases maldosas. E eu continuarei nesta condição porque me falta coragem ao pensar que posso ser rejeitada outras vezes. Então eu me protejo com a solidão. Mas, leitor, eu não gosto de me sentir sozinha ou pensar que estão me fazendo de piada (leia-se o primeiro encontro) mais uma vez. Não estou reclamando porque eu tenho que estar me relacionando com o amor próprio.  Dei match com o amor próprio, mas não conversamos. Ele espera que eu mande uma mensagem, mas eu não consigo. O que posso dizer? Quer marcar um dia para você me ensinar a ter você? Quer marcar um dia para você me pedir em namoro? Quer marcar um dia para eu acreditar que sou maravilhosa, mesmo quando dizem o contrário, e engraçada?

Dizem que o “meu cara” está por aí. Se for verdade, que me encontre logo porque está frio e eu queria ter alguém para abraçar sem explicar o motivo do abraço.







29 maio 2016

A culpa não é da vítima

A CULPA NÃO É DA VÍTIMA.  A CULPA NÃO É DA VÍTIMA.  A CULPA NÃO É DA VÍTIMA.  A CULPA NÃO É DA VÍTIMA.  A CULPA NÃO É DA VÍTIMA.  A CULPA NÃO É DA VÍTIMA.  A CULPA NÃO É DA VÍTIMA.  

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10 maio 2016

Liberté

Fiquei certo tempo sem escrever porque precisava saber como eu estava. Precisava saber se havia mágoa, raiva ou dor por causa das últimas semanas e meses. Havia algo, era leve e não me assombrava mais. A liberdade estava sorrindo para mim.

Eu pouco escrevia sobre a escola, não queria lembrar-me de suas cores, do hino, das orações que pediam para os alunos rezarem para dar início a uma manhã com vários tipos de torturas psicológicas realizadas por colegas de sala. Por muito tempo eu guardei o que doía para disfarçar com alegria, bom humor, gentileza e histórias. Por muito tempo eu guardei, mas hoje eu escrevo me sentindo liberta. Fecharam-se várias portas diante de mim durante a adolescência e hoje não sei por qual janela passar... São muitas e eu agradeço. Eu preciso de concentração para ter a certeza de como estou trilhando o meu caminho, mas eu tenho uma boa perspectiva do que virá.

Eu passei semanas refletindo após relatar, em rede nacional, o bullying que me perseguiu até o momento do meu “ei miga, vamos parar porque eu não tenho mais dezessete anos e nem você”. Fiz várias escolhas dentro de uma semana e a mais bonita foi ficar e lutar por todos os que não possuem voz, por todos que me apoiaram e principalmente por mim mesma. Eu estava lutando para me libertar de um passado que não me atrevia verificar. Por muito tempo eu fugia de rostos na cidade, não frequentava alguns lugares e fingia que não ouvia alguns chamando o meu nome. Mas quer saber? Eu não tenho mais medo e vergonha de dizer que a escola foi um dos piores momentos da minha vida. Eu precisava passar por tudo aquilo para me transformar no que sou hoje. Como sou? Linda, inteligente, intensa, criativa, engraçada, corajosa e de humanas!!!


Olhe, eu consegui dizer pela primeira vez em um texto que: acho-me linda. E eu abri um portal (momento séries) para que todos os demônios saíssem e ficar longe de mim. Eu consegui realmente me livrar da raiva, da mágoa e da tristeza que sentia por não ter uma história legal sobre o ensino médio para contar. Mas eu terei outras histórias com muito “micão tour” e gostosas gargalhadas para compartilhar com vocês. Me aguardem. 

Ah, esqueci de falar “INHAAAAAAÍ PESSOAL”.

07 abril 2016

CARTA ABERTA A CAMILLA CRATEÚS

 Oi minha irmã, você sabe o que está acontecendo? O ensino médio voltou. Eu fui tratada no ensino médio como se eu não devesse existir. Por não estar dentro do padrão de beleza da sociedade e dos colegas que estudaram comigo. Eu não podia dividir a minha dor com mainha e com painho porque eles estavam tentando recomeçar depois da sua partida.

Eu só queria contar, sabe? Eu queria que eles soubessem o que estavam fazendo comigo no colégio. O engraçado é que eles foram ao seu velório. A TURMA ESTEVE NO SEU VELÓRIO. Eles me abraçaram e rezaram um “PAI NOSSO” segurando a minha mão. Eu não queria fazer nada disso, mas painho estava chorando e eu nunca o tinha visto chorar. Então eu pedi forças para conseguir ir até o final do seu enterro sem expulsar ou partir para agressão física.   Eu pensei em nossos pais e pensei que eles até me sedariam. Os anos seguintes me fez sentir inveja de você. Você estava em paz e eu também queria o mesmo. Eu queria sua paz eterna, eu precisava. Eu lanchava no banheiro e acho que você sabia. Todo o dia levantava da cama para ir ao inferno na terra e pensava “enterraram a filha errada”. Todos os dias eu ouvia palavras degradantes e um dia eu decidi me enforcar. Não deu certo.  Foi você que fez mainha voltar para pegar as chaves? Se sim, obrigada.

Eu passei a usar outra forma para sair do colégio. Eu não estudava. Talvez o professor de matemática ache que sou burra de verdade. E então, me colocaram na “aula de reforço”. VOCÊ É INSISTENTE CAMILLA, AVE MARIA. QUE INSISTÊNCIA DE ME FORÇAR A TIRAR NOTA BOA. Obrigada.  Eu  também não falei nada porque eu não queria ser a “coitadinha”.  E NUNCA SEREI. Mas eu queria ser esquecida. O que eu fiz Camilla? Porque a minha aparência incomodava tanto Camilla? Nem em forma de desenho eu entenderei. Eu saí do ensino médio e chorei de alegria. Passei em Jornalismo em 2010 e mudei a minha aparência. Emagreci 25 kg. Mas ainda doía, sabe? Ainda era doloroso lembrar-me de pessoas as quais nunca humilhei. Eu substituí os pensamentos suicidas com a faculdade. Camilla, você acompanhou o meu relacionamento de quatro anos? Se sim, saiba que eu vivi aquela aventura por mim e por você. Mas saiba que reencontrei o seu namorado de adolescência. Ele está orgulhoso por minha coragem. E isto basta.  

Quando o relacionamento acabou eu pensei que nunca mais iria ser amada. As inseguranças voltaram. E mais uma vez eu tentei pôr um fim na minha existência. Não por ele, mas por medo de ser verdade tudo o que me disseram no ensino médio. Eu superei com ajuda psicológica, dos amigos e dos familiares. Eu fiquei em paz viva. Mas eu engordei, no final de 2014 e 2015, porque descobri ter tireoide. Eu sabia que não era a minha culpa e sim do meu corpo. E você sabe, Camilla, que não conseguia dar entrevistas, sair em fotos de corpo inteiro e  arriscar a conhecer outras pessoas. Conhece meus amigos? Eles são lindos, trabalhadores, inteligentes e lutadores. Estão comigo, como você.

Eu não sabia que o ensino médio voltaria. Eu não sabia que teria que ler coisas horríveis ao meu respeito, mais uma vez. O PASSADO ME FAZENDO ARQUITETAR MAIS UMA FORMA DE QUERER MORRER. Já havia um plano, Camilla. Quando li tudo, eu já tinha um plano. O DESABAFO NO MEU PERFIL ERA UM ADEUS. Eu não queria passar por aquilo novamente e estava tentando explicar o motivo. MAS VOCÊ CONSEGUIU QUE A PUBLICAÇÃO VIRALIZASSE E SAÍSSE DO MEU CONTROLE.

Me vi amparada. Me vi querida. Me vi sendo apoiada e eu parei para refletir. Seria egoísmo, seria injusto acabar com a dor com tanto apoio e carinho. Seria anormal, doentio, incorreto e infeliz. Eu poderia punir os algozes tirando deles a reputação de “boa mãe”, “boa aluna”, “bom filho”, “bom marido” e “bom amigo” continuando viva. Eu descobri que você burla todos os meus planos, não é? Você é a menina que roubava planos ruins. Obrigada. Agora eu  cuidarei do meu corpo, mente e coração. O resto? Eu não me importo porque não há coisa pior que saber que não terei sobrinhos,  que não terei você no meu casamento ou gritando meu nome no meio da platéia enquanto eu ergo o meu diploma, livro, filhos. O QUE FIZERAM COMIGO NÃO É NADA QUANDO PENSO QUE VOCÊ FOI EMBORA. Eu te amo. Eu ficarei viva e te prometo que todo apoio que obtive será recompensado com a militância e ajudando outras pessoas. Eu te amo.

24 março 2016

O Cirque du Soleil e a mídia

O Cirque du Soleil é uma companhia circense privada. Fundada em 1984 por dois artistas de rua, Guy Laliberté e Daniel Gauthier, a companhia apresenta espetáculos inovadores, performances com histórias que emocionam, além de despertar várias sensações, ao mesmo tempo, por todo o seu corpo e mente.

Está parecendo que eu já assisti a um espetáculo do Cirque du Soleil, mas  infelizmente eu nunca tive esta oportunidade ou sorte. A primeira vez que vi um vídeo mostrando trechos de várias performances da companhia me emocionei e lembro-me de pensar “meu Deus, nem forró eu sei dançar... Imagina fazer o que estes artistas fazem”. É, eu não sei dançar forró e não sei se este fato é bom ou ruim, mas vamos voltar a falar sobre o Cirque. Não há picadeiros e o grupo contém artistas de quarenta nacionalidades, a trupe possui belíssimas trilhas sonoras e algumas fantasias parecem ser tiradas dos contos de fadas. Cada espetáculo tem música ao vivo e te faz pensar “como seria se eu fizesse parte do espetáculo?”. Com certeza seria lindo. Viajar pelo mundo levando ALEGRIA.

Mas eu faço parte de um espetáculo que não é inovador, que explora a dor, a população carente e contam suas histórias como querem ao ponto de inverter e inventar, alienar aqueles que não possuem acesso a outras fontes de informações tornando-se, eternamente, manipulados. É o espetáculo da mídia. Percebo a todo o momento um picadeiro nos telejornais, as performances são de fazer você agradecer a Deus por não conhecer o artista performático que é treinado para te “informar” e fazer você acreditar.  Mas não se engane, eles são pagos para acreditarem também. Existe algo mais triste que receber dinheiro para acreditar em algo que não existe? É como ser paga para amar alguém que você nunca amaria.

É um espetáculo torturante e vergonhoso. Pobre por sua política interna, entediante ao perceber que as expressões no rosto dos performáticos da mídia querem convencer que a notícia é, em sua totalidade, verdadeira e que jamais seria alterada. Eu entendo estes “artistas”.  Há contas para pagar, impostos, filhos para sustentarem. São trapezistas e bailarinos do pior espetáculo que há, mas eles possuem escolhas. Todos possuem escolhas. Afinal, tivemos as mesmas disciplinas na graduação, ouvimos os professores criticarem afiadamente a manipulação e sensacionalismo nos meios de comunicação.


Eu sinto pelo ingresso que você paga para ser mal informado ou enganado. Eu sinto muito por cada notícia editada e com informações omitidas. Você jamais verá o que é um espetáculo de verdade até conhecer o Cirque Du Soleil.  E todos os dias você estará sendo massinha de modelar nas mãos da mídia. 

14 março 2016

O que restou de nós

Era uma paisagem que me fazia respirar com alívio. O ar tinha cheiro de terra, trazia ventos que brincavam com meus cabelos e arrepiava a minha pele. Aquele lugar tornou-se meu porto seguro mais rápido do que eu imaginava.  Mais rápido do que deveria.

Os abraços me envolvendo mostrava o quanto eu era querida ali. E por minutos, que pareciam horas, ficávamos abraçados olhando os morros e serras de Minas Gerais da sacada da silenciosa casa. A nossa bolha era impenetrável. Nenhum problema nos atingia quando estávamos juntos, mãos entrelaçadas, pernas misturadas e risadas que pareciam músicas. Ele possuía um lindo sorriso, as palavras sempre foram calculadas ou omitidas. Ele se comunicava com gestos.

A nossa comunicação acabou. Gestos não bastavam mais. Ele precisava de mais. Eu precisava de muito mais. Precisávamos do mundo. O mundo o ganhou, me senti uma perdedora. Fracassei. Ou a distância fracassou? O “para sempre” fracassou? Quem perdeu? Creio que  ambos ganharam.  Novas rotas, planos, sonhos, rotina, amigos, novos abraços e beijos. Não é preciso dizer que o amei e lembrarei-me da nossa bolha com um sorriso estampado e saudosamente. Mas eu não o conheço. Há tantas mudanças que o que amei não existe mais. Eu não o reconheço mais e isto é assustador e belo ao mesmo tempo.

Assustador porque entendo, hoje, que amei algo que não vive mais. Belo porque o que restou de nós ainda existe em forma de lembranças felizes, cartas, uma camisa surrada, livros e um urso. Superar não é se livrar das lembranças e presentes. Superar é olhar para o que restou e saber que há uma vida esperando por nós, um mundo nos chamando e outros lugares para serem definidos como um porto seguro. O que restou de nós não pode ser apagado porque faz parte do crescimento emocional, fez parte do meu grande e lindo percurso até aqui.


Eu ganhei. É, ganhamos. Eu ganhei um novo recomeço, novos amigos, eu tenho o mundo para conhecer, pessoas para encontrar e inspirar. E se você acha que nunca amará mais niguém... Engana-se, porque não podemos depositar tudo que temos em uma única pessoa, nunca conseguiremos. Amar transcende todos os limites. Ele encontrou outra garota e eu encontrei um novo recomeço. O recomeço que eu abracei e me entreguei, um oceano de possibilidades e surpresas me espera. Nos espera. 

01 março 2016

As tentativas

Antes de contar, quero que saibam que apaguei três vezes os parágrafos que digitei. Pergunto-me se isto, a minha história, vai me prejudicar profissionalmente ou amorosamente. Pensei bastante antes de escrever, mas preciso compartilhar. EU NÃO SEI. TALVEZ EU DEVESSE ESCREVER AS MATÉRIAS QUE MEU “CHEFY” MANDOU.

Já estamos aqui, não é? E eu sei que alguns amigos dirão que eu não deveria ter escrito, mas esta história faz parte de mim, ela será carregada comigo, me acompanhará como uma sombra. Eu nunca tive autoestima, desde a escola, nunca me achei bonita porque muitos não achavam. Não conseguia dizer uma qualidade sobre mim. Na verdade, eu não sabia que tinha qualidades. Todos os dias, por todos os anos na escola, eu levantava da cama e chorava no banho porque sabia que iria ser maltratada por colegas. Apelidos,  omissão de professores e coordenadores e humilhações faziam parte do meu cotidiano. Eu queria acabar com a tristeza que sentia, a dor, as vozes que repetiam o que nenhuma garota merece ouvir.

Eu tentei prosseguir, mas eu estava tão cansada. Eu só queria dormir. Se eu dormisse tudo se resolveria. As pessoas não precisariam ter pena de mim, me  humilhar ou me ignorar por não ser a mais bonita do colégio. Aos 13 anos eu tomei 27 comprimidos desconhecidos por mim. Eram comprimidos para dor que a minha irmã utilizava. Eu dormi, mas acordei depois  que  uma vizinha e minha mãe colocaram álcool no meu nariz. Inalei e chorei muito. Mainha se culpava, eu acordei mais triste. Aos 14 anos perdi minha irmã e tive que sobreviver com a tristeza e a dor da perda. Os planos de me curar da tristeza foram embora como ela.

No ensino médio me interessei por garotos que me fizeram virar “a escala de feiúra”. Eu era o termômetro que os meninos utilizavam para dizer se uma garota era bonita. Quantas vezes lanchei no banheiro? Todos os dias.  Quantas festas no colégio eu fui? Nenhuma. Quantas vezes eu pedia chorando a mainha para ficar em casa? Todos os dias. Mas eu não dizia o motivo, eu não podia medir a dor dela com a minha. Vivi no automático por mais sete anos, até me apaixonar. Entrei na faculdade, fiz amigos, namorei, era considerada engraçada, amiga, generosa... Com o término, eu voltei todas as casas do jogo e perdi a segurança que tinha conquistado. Eu voltei para o fundo do poço e ganhei cortes profundos nos pulsos. Mais uma vez, minha mãe estava lá para estancar o sangue e me assistir a levar 17 pontos no pulso esquerdo e 9 no direito.



Eu achava que morrer era a solução. Até conhecer uma ciranda de amigos (gays) que me fizeram ver o melhor de mim. ELES ACREDITAM EM MIM. APOSTAM EM MIM. APONTAM OS ERROS. ELOGIAM OS ACERTOS. PRECISAM DA MINHA ALEGRIA. Ele s ressuscitaram a minha alma, a minha alegria, a minha criatividade. Eles fazem parte das minhas orações e nem sabem que eu faço preces. Eu só posso dizer: obrigada.  

07 fevereiro 2016

Caramelos

Pode-se dizer que 2016 começou me atropelando. Literalmente. Preferi não falar muito sobre o acidente por dois motivos: torpor e o fato de tentar me esconder de quem me atropelou. Calma, explicarei.

Estava menina Calincka, bem rainha do proletariado, atravessando a faixa de pedestres para pegar transporte público (queria estar pegando Adam Levine) e um carro para. Um motoqueiro segue e espero ele passar para continuar e: ROM POM POM ROM POM POM MAN DOWN! Foi tão rápido que eu só percebi que estava sentada no asfalto quando um homem  L I N D O me sacudiu. O que eu pensei? De longe vi meu ônibus e pensei “meus Deus perdi meu ônibus”. Coisa de pobre acidentado. A gente pensa em qualquer coisa, menos em milagres. A segunda coisa que eu pensei foi “que homem lindo”. A terceira foi “que homem lindo”. A quarta foi “que homem lindo”.

Depois de dez minutos sentada no asfalto, eu consegui perceber o que aconteceu. Tremia mais que criança fazendo escândalo no shopping e com medo de me mexer. Eu fui arremessada e bati no capô do carro, caindo sentada. Não sentia nada. Nem as pernas. Quando o cara que me atropelou perguntou meu nome e onde doía eu só consegui dizer: OIEEEEEEEEEE. SÉRIO. Depois falei meu nome e o que estava sentindo. Ele estava tão desesperado que fiquei com vergonha de ter sido atropelada. O TRÂNSITO PAROU. PESSOAS DESCERAM DOS CARROS PARA ME VER, O CARA LINDO QUE ME ATROPELOU SENTOU NO ASFALTO COMIGO E SEGUROU MINHA MÃO (e eu já estava nos shippando, já estava me perguntando quanto estava a passagem para Fernando de Noronha para a gente viajar), pessoas perguntavam o que aconteceu, pessoas diziam “ela está paralisada” e estava mesmo. Estava com medo de tentar mexer as pernas  e perceber não conseguia. A gente pensa que nunca vai acontecer. Nunca com a gente.

O cara não saiu do meu lado e ficou conversando comigo enquanto esperávamos os bombeiros (fui atingida na coluna e quadril, acharam melhor chamá-los) contou o que fazia, onde trabalhava, que se mudou de Brasília há um mês, casado e tinha um bebê chamado Murilo. Eu também conversei com ele e pedia desculpas. Ele me pedia perdão. Me levaram para o hospital, medicação, limpeza nos ferimentos, injeção, Raio X e: eu estava bem. Mainha foi chamada e quando ouvi a voz dela... Eu acho que nunca irei sentir tanto alívio como senti ao ouvir a voz dela. Meu porto seguro. Meu Sense8 no mundo.

O cara que me atropelou pediu perdão para a minha mãe, ele quase chorou. Mas não o culpe leitor, a faixa estava apagada, ele se mudou há um mês e eu deveria ter olhado para a esquerda quando a moto passou. Enfim, senti medo. Tive crises de choro e desativei as redes sociais para não me encontrarem. Eu queria esquecer, mas me lembrei que é escrevendo que esqueço. MAS A MELHOR PARTE É QUE: na hora do acidente eu estava com saquinho de caramelos na mão e eles ficaram espalhados no asfalto.


SIM, OS CURIOSOS CATARAM MEUS CARAMELOS E NÃO ME DEVOLVERAM. 

11 janeiro 2016

A menina que não tinha destaque na cidade

Com dois fins de semanas seguidos indo para uma boate, da cidade, afirmo com toda a certeza do infinito que: não vou mais. Calma leitor, não me desagradou, não foi ruim, não foi chato. FOI MARAVILHOSO, mas o bolso chora. As juntas do meu corpo doem, meus olhos sangram de tristeza VENDO VOCÊ BEIJAR OUTRAS BOCAS™.

Um furacão de acontecimentos para organizar dentro de um único texto. Vamos lá! Primeiro, há apenas uma boate na cidade. Se você aparece dois fins de semana seguidos... As gays viram para você e perguntam “MULHER, TU SÓ VIVE AQUI É?” e você quase enfarta com a pergunta porque SÓ ESTEVE – EM TODA A SUA VIDA NO PLANETA TERRA – TRÊS VEZES EM UMA BOATE. Outra coisa é que as três vezes eu fui OBRIGADA. Porque o amigo gay queria ir para pegar alguém que estava cobiçando. E DENTRO DESSAS IDAS ELE NÃO PEGOU NENHUM. Não se preocupem, já passei a minha faixa de miss trouxa para ele.

Não, eu não gosto de boates. Me desculpa, mas eu só fui obrigada mesmo. E porque é boate para as gays. E festa com as gays... NOSSASINHORA. TUDO DE MARAVILHOSO. Sim, eu uso “as gays”. Se acostuma. Outro fator é que os amigos estariam lá. A CIRANDA™. Para quem é praticante de paraquedismo e caiu neste blog/texto sem querer... A ciranda é composta por vários amigos praticantes do amor ao próximo, principalmente ao semelhante, e que usam o Grindr. Traduzindo: tudo gay. E como são muitos, dá para um segurar na mão do outro e fazer uma ciranda.

Deslocamos-nos para a boate e nada de “NOSSAAAAAAAAAAA” no início da noite, mas quando começou a lotar um pouco... Ferveu. Um amigo estava de bem com a vida, desacompanhado e do nada chega um cara e gruda nele. GRUDOU MEIXMO. GRUDOU MUITO. Passaram a noite praticamente casados, MAS AÍ MEUZAMIGOS... SEMPRE TEM UMA GAY DESTRUÍDORA DE LARES, NÉ? Chegou uma gay que dizem ser “cobiçada” pela cidade e acabou o casamento do meu amigo com o carrapato humano. Fiquei preocupada porque o cara se desgrudou e foi “atacar” a gay cobiçada. LITERALMENTE VENDO VOCÊ BEIJAR OUTRAS BOCAS™. Acontece. Sou especialista neste patamar, mas o melhor foi ver o cara chorando pela gay cobiçada. Fiquei paralisada, quase indo abraçar a gay chorona e dizendo “eu te entendo, miga”. MAS EU ESTAVA 50% ÓDIO E 50% TREMEDEIRA DELE POR DEIXAR MEU AMIGO SEGURANDO UMA TORTA DE CLIMÃO.

O que eu fiz? O que qualquer pessoa normal faz. Criei uma história com bonecas narrando a situação. Bem básica. Vista só por dois milhões de pessoas. Só isso. Demos gostosas gargalhadas. E eu pensei “pronto, não preciso mais aparecer na boate. Só ano que vem agora”. Coitada de mim porque O MEU AMIGO QUE ME OBRIGA A SER CASAMENTEIRA começa arrastar asa para um cara lindo. LINDO MEIXMO. Bati o pé que não ia, mas aí uma amiga sai espalhando que vai comemorar o aniversário na boate e vai travestida (e ela é mulher, viu?)... Eu tinha que presenciar. Fui. Mais uma vez suei, fiquei arrasada porque os meninos que eu queria na minha lista de “metas” estavam se agarrando com outros homens... EU NÃO SEI COMO AINDA FICO INCONFORMADA E SURPRESA POR VER OS HOMENS QUE EU QUERIA DANÇANDO ATÉ O CHÃO AO TOCAR BEYONCÉ.

O bom da noite são os diálogos. E ver que as músicas de Kings Of Leon não foram remixadas. Bem, há algumas pessoas que me conhecem por causa deste blog e as postagens “engraçadas” nas redes sociais. Eu tento passar por despercebida. Eu juro. O meu objetivo de vida não se resume a ficar rica ou conhecida pela internet. A rede mundial de computadores é apenas uma plataforma para impulsionar o que gosto de fazer. ESCREVER. ESCREVER PARA PROPORCIONAR GOSTOSAS GARGALHADAS. E chororô, porque a vida não é uma novela que garante o final feliz. E ao explicar isso a você, leitor, eu repito o que ouvi na boate. “VOCÊ NÃO TEM DESTAQUE NA CIDADE.” Ao contrário de um amiga, não sou e nem quero ser "famosa, famosíssima"

Gente, a minha cidade já tem uma Ivete Sangalo. Eu não quero ser Ivete Sangalo. Nem posso. DEUS ME LIVRE DE DESTAQUE NA CIDADE. Não tenho psicológico para sair fazendo a “vereadora” para as pessoas. Não tenho psicológico para ver ex-colegas do ensino médio fazendo o simpático comigo. EU NEM TENHO PSICOLÓGICO. Deixe-me aqui, quietinha. Gritando no blog e quem sabe folheando um livro com meu nome.



02 janeiro 2016

Não estou dizendo adeus

Eu amanheci pensando em você. Eu não penso em você com tanta frequência, é errado? Lembro em algumas situações que não me deixam fugir das lembranças. É, eu te amo. Amo. Eu fico me perguntando como seria a nossa virada de ano, como se vestiria ou o que faria no último segundo para surgir 2016. 

Eu abracei meus pais e fugi para a bolha de proteção, antes que me lembrasse de você e onde estava. Eu sou uma covarde? Espero que não. Eu vesti o que sempre me deixa confortável e resolvi não beber. Muito. Eu precisava refletir. Precisava pensar no ano bissexto e como iria sobreviver a ele sem você. Mais uma vez, sem você. Por algum motivo ainda acredito que você irá entrar pela porta sorrindo ou falando da sua promoção no trabalho. Há milhares de dias entre nós e eu ainda não te disse “adeus”. Eu não poderia.

Eu estou ouvindo a música que tocou no carro quando estava indo me despedir de você. Parece irônico, mas naquele dia tocava “Are they saying goodbye” de Ane Brun. Eu estava indo me despedir de você no dia 18 de Julho. Eu nunca pensei que iria ocorrer uma despedida porque, na minha mente, iria ficar tudo bem. Todos os problemas e complicações iriam ser resolvidos como um apagador tirando o giz branco no quadro negro.

Apagaram a sua existência na terra, mas não no meu coração. Você será sempre lembrada, Camilla. A cada natal e ano novo. Não podem apagar de mim a minha irmã e seus planos. Não pode apagar a saudade e muito menos arrancar de mim um “adeus”. Porque a cada gaveta revirada há um retrato seu, um bilhete em uma caixa  esquecida e o moletom que passei a usar. Feliz ano novo! Estou com saudades.