11 janeiro 2016

A menina que não tinha destaque na cidade

Com dois fins de semanas seguidos indo para uma boate, da cidade, afirmo com toda a certeza do infinito que: não vou mais. Calma leitor, não me desagradou, não foi ruim, não foi chato. FOI MARAVILHOSO, mas o bolso chora. As juntas do meu corpo doem, meus olhos sangram de tristeza VENDO VOCÊ BEIJAR OUTRAS BOCAS™.

Um furacão de acontecimentos para organizar dentro de um único texto. Vamos lá! Primeiro, há apenas uma boate na cidade. Se você aparece dois fins de semana seguidos... As gays viram para você e perguntam “MULHER, TU SÓ VIVE AQUI É?” e você quase enfarta com a pergunta porque SÓ ESTEVE – EM TODA A SUA VIDA NO PLANETA TERRA – TRÊS VEZES EM UMA BOATE. Outra coisa é que as três vezes eu fui OBRIGADA. Porque o amigo gay queria ir para pegar alguém que estava cobiçando. E DENTRO DESSAS IDAS ELE NÃO PEGOU NENHUM. Não se preocupem, já passei a minha faixa de miss trouxa para ele.

Não, eu não gosto de boates. Me desculpa, mas eu só fui obrigada mesmo. E porque é boate para as gays. E festa com as gays... NOSSASINHORA. TUDO DE MARAVILHOSO. Sim, eu uso “as gays”. Se acostuma. Outro fator é que os amigos estariam lá. A CIRANDA™. Para quem é praticante de paraquedismo e caiu neste blog/texto sem querer... A ciranda é composta por vários amigos praticantes do amor ao próximo, principalmente ao semelhante, e que usam o Grindr. Traduzindo: tudo gay. E como são muitos, dá para um segurar na mão do outro e fazer uma ciranda.

Deslocamos-nos para a boate e nada de “NOSSAAAAAAAAAAA” no início da noite, mas quando começou a lotar um pouco... Ferveu. Um amigo estava de bem com a vida, desacompanhado e do nada chega um cara e gruda nele. GRUDOU MEIXMO. GRUDOU MUITO. Passaram a noite praticamente casados, MAS AÍ MEUZAMIGOS... SEMPRE TEM UMA GAY DESTRUÍDORA DE LARES, NÉ? Chegou uma gay que dizem ser “cobiçada” pela cidade e acabou o casamento do meu amigo com o carrapato humano. Fiquei preocupada porque o cara se desgrudou e foi “atacar” a gay cobiçada. LITERALMENTE VENDO VOCÊ BEIJAR OUTRAS BOCAS™. Acontece. Sou especialista neste patamar, mas o melhor foi ver o cara chorando pela gay cobiçada. Fiquei paralisada, quase indo abraçar a gay chorona e dizendo “eu te entendo, miga”. MAS EU ESTAVA 50% ÓDIO E 50% TREMEDEIRA DELE POR DEIXAR MEU AMIGO SEGURANDO UMA TORTA DE CLIMÃO.

O que eu fiz? O que qualquer pessoa normal faz. Criei uma história com bonecas narrando a situação. Bem básica. Vista só por dois milhões de pessoas. Só isso. Demos gostosas gargalhadas. E eu pensei “pronto, não preciso mais aparecer na boate. Só ano que vem agora”. Coitada de mim porque O MEU AMIGO QUE ME OBRIGA A SER CASAMENTEIRA começa arrastar asa para um cara lindo. LINDO MEIXMO. Bati o pé que não ia, mas aí uma amiga sai espalhando que vai comemorar o aniversário na boate e vai travestida (e ela é mulher, viu?)... Eu tinha que presenciar. Fui. Mais uma vez suei, fiquei arrasada porque os meninos que eu queria na minha lista de “metas” estavam se agarrando com outros homens... EU NÃO SEI COMO AINDA FICO INCONFORMADA E SURPRESA POR VER OS HOMENS QUE EU QUERIA DANÇANDO ATÉ O CHÃO AO TOCAR BEYONCÉ.

O bom da noite são os diálogos. E ver que as músicas de Kings Of Leon não foram remixadas. Bem, há algumas pessoas que me conhecem por causa deste blog e as postagens “engraçadas” nas redes sociais. Eu tento passar por despercebida. Eu juro. O meu objetivo de vida não se resume a ficar rica ou conhecida pela internet. A rede mundial de computadores é apenas uma plataforma para impulsionar o que gosto de fazer. ESCREVER. ESCREVER PARA PROPORCIONAR GOSTOSAS GARGALHADAS. E chororô, porque a vida não é uma novela que garante o final feliz. E ao explicar isso a você, leitor, eu repito o que ouvi na boate. “VOCÊ NÃO TEM DESTAQUE NA CIDADE.” Ao contrário de um amiga, não sou e nem quero ser "famosa, famosíssima"

Gente, a minha cidade já tem uma Ivete Sangalo. Eu não quero ser Ivete Sangalo. Nem posso. DEUS ME LIVRE DE DESTAQUE NA CIDADE. Não tenho psicológico para sair fazendo a “vereadora” para as pessoas. Não tenho psicológico para ver ex-colegas do ensino médio fazendo o simpático comigo. EU NEM TENHO PSICOLÓGICO. Deixe-me aqui, quietinha. Gritando no blog e quem sabe folheando um livro com meu nome.



02 janeiro 2016

Não estou dizendo adeus

Eu amanheci pensando em você. Eu não penso em você com tanta frequência, é errado? Lembro em algumas situações que não me deixam fugir das lembranças. É, eu te amo. Amo. Eu fico me perguntando como seria a nossa virada de ano, como se vestiria ou o que faria no último segundo para surgir 2016. 

Eu abracei meus pais e fugi para a bolha de proteção, antes que me lembrasse de você e onde estava. Eu sou uma covarde? Espero que não. Eu vesti o que sempre me deixa confortável e resolvi não beber. Muito. Eu precisava refletir. Precisava pensar no ano bissexto e como iria sobreviver a ele sem você. Mais uma vez, sem você. Por algum motivo ainda acredito que você irá entrar pela porta sorrindo ou falando da sua promoção no trabalho. Há milhares de dias entre nós e eu ainda não te disse “adeus”. Eu não poderia.

Eu estou ouvindo a música que tocou no carro quando estava indo me despedir de você. Parece irônico, mas naquele dia tocava “Are they saying goodbye” de Ane Brun. Eu estava indo me despedir de você no dia 18 de Julho. Eu nunca pensei que iria ocorrer uma despedida porque, na minha mente, iria ficar tudo bem. Todos os problemas e complicações iriam ser resolvidos como um apagador tirando o giz branco no quadro negro.

Apagaram a sua existência na terra, mas não no meu coração. Você será sempre lembrada, Camilla. A cada natal e ano novo. Não podem apagar de mim a minha irmã e seus planos. Não pode apagar a saudade e muito menos arrancar de mim um “adeus”. Porque a cada gaveta revirada há um retrato seu, um bilhete em uma caixa  esquecida e o moletom que passei a usar. Feliz ano novo! Estou com saudades.